O Rio era chuva morena
o morro molhado, nem se sabia a maré
Água saída, água chegada
Repetia-se o céu da tarde aguaceira
Era chuva, salgada, de corte afiado
Que nem ferradura espantava
O céu havia criado gotas eternas:
- devoravam corações incautos
Seu nome ecoava na cabeceira das minhas montanhas
Paroxítona palavra, flor pequenina
Do interior soava a voz que eu ouvia:
cordas banhadas de ouro branco e neblina
Naquela noite alva, sua pálpebra se cercava de lembranças
e os desejos voavam aonde só pode o espírito das aves
O Rio era chuva passante,
o sol que explode quando
um crisântemo
destrona
o anoitecer.
Eita Dudu, mas que inspirado! Que boniteza so!
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