O que éramos jaz num caderno branco
Momentos de um prazer desencarnado
E se a entrega faz-se à sombra de um fado
Devolvo o dharma ao drama - este amor franco
O que éramos jaz numa terna cama
Por entre cobertores e gemidos
E as juras feitas bem ao pé do ouvido
São fogo transmutado em branda chama
O que éramos jaz num fraterno abraço
No balançar de um tempo descontínuo
Não sei se me perduro em teu espaço
Ou faço ardor das dores que imagino
Já que o bater do peito é descompasso
É pássaro que canta um suave trino.